Comer é, sem dúvidas, um dos principais motivos quando pensamos em viajar para fora do nosso país de origem. Contudo, se você pretende fazer intercâmbio é muito importante ter conhecimento dos hábitos alimentares do lugar que você vai morar pelos próximos meses. Saber as principais expressões e materializações culturais dos povos poderá te incentivar a experimentar ingredientes e combinações que você jamais cogitaria estando numa certa zona de conforto. Reconhecer isso ajudará você a escolher o que se há de melhor, ou mais tradicional, para se comer por aí. E, nós vamos ajudar você nisso! Abaixo, separamos um pouco do contexto gastronômico de alguns países e damos dicas de onde comer bem sem pagar muito por isso. Vem com a gente!
AUSTRÁLIA
Se você espera ter uma grande refeição no seu almoço, como os famosos PFs que temos nas comumente nas capitais brasileiras ou os restaurantes por quilos, pode esquecer. Na Austrália os locais têm o costume de fazerem apenas um lanche nesse momento. Ao contrário, no jantar se come MUITO!
Não há uma comida tradicional propriamente dita, como nossa feijoada, por exemplo. O que existem são vários restaurantes asiáticos, tendo em vista a influência que a Ásia exerce nesse aspecto da cultura. Ainda assim, separamos algumas receitas e comidinhas que valem a pena serem experimentadas:
O Tim Tam é guloseima famosíssima na Austrália, é coberta de chocolate, biscoito e um recheio no meio. O curioso é que os locais utilizam isso como um canudo em suas bebidas e cafés – morde-se nos dois lados e, pronto, já se tem um canudo sustentável e delicioso. Pode ser achado em muitos lugares e custa, em média, AU$1,25.
A pavlova é uma sobremesa em forma de bolo e a base de merengue cujo nome é uma homenagem à bailarina russa Anna Pavlova. Por outro lado, os Australianos reivindicam a pavlova como uma invenção de Bert Sachse no l’Esplanade Hotel de Perth em 3 de outubro de 1935. É crocante por fora e macio por dentro, sendo por vezes decorado com frutos em cima. A Pavlova é mais comum no verão, mas pode ser encontrada o ano inteiro em cafés e restaurantes.
Potato Wedges esse jeito diferente de consumir batatas-fritas é o favorito de qualquer australiano e pode ser encontrado em qualquer pub e acompanha muito bem um bom chopp. Elas vêm com molho sour cream e chilli. Uma porção excelente pode ser encontrada no restaurante Tim Hortons, um canadense muito famoso também na Austrália, pela bagatela de AUS$2,50. Não se preocupe em comprar água quando for aos restaurantes. Ainda que da torneira, elas são de graça. Ah, se fizer amigos (e esperamos que você faça!), e eles forem dar uma festa em casa, leve um prato! É falta de educação ir numa festa de mãos vazias. Pode ser uma boa oportunidade dos locais experimentarem o nosso brigadeiro, por exemplo.
NOVA ZELÂNDIA
Num primeiro momento é importante que você saiba que a culinário da Nova Zelândia é bastante internacionalizada e recebe influência, tanto nos hábitos de consumo, quando nos alimentos em si, de diversos países. Assim, apresentamos abaixo, muito mais do que comidas específicas, experiências de consumo que podem ajudá-lo a comer bem e não passar por nenhum constrangimento.
Diferentemente do Brasil, na Nova Zelândia a principal refeição dos locais é o brunch. Uma mistura de café da manhã com almoço. Muito influenciado pela cultura inglesa, os alimentos que compõe o brunch neozelandês são geralmente bacon, salsichas, cogumelos, ovos fritos ou pochê, torradas, feijão, omelete, batatas fritas ou assadas, paninis, bagels, tomate grelhado, espinafre, salmão defumado, café, muffins, cereal com leite e frutas da estação. Assim, fica aqui a nossa primeira dica de alimentação neste país! Não é um prato específico, e sim uma EXPERIÊNCIA, que pode custar entre NZ$ 15,00 e NZ$ 30,00.
O famoso churrasco grego por aqui, pode ser ainda conhecido como shawarma, faz muito sucesso na Nova Zelândia como Turkish Kebab, onde o mais consumido é o de carne de cordeiro (tendo em vista o grande número de ovelhas que há no país), de frango ou bovina. Você pode acha-lo na rua, muito facilmente, ou em restaurantes. Os preços variam entre NZ$ 5,00 e NZ$ 17,00.
Inúmeros locais de consumo na Nova Zelândia se adaptaram ao “take away food”, o que significa que você deve compara o alimento pronto e levar pra casa, ou comer andando, pois não há mesas! Sabemos que você adora sentar para comer. Quem não gosta? Mas por lá, isto se tornou um hábito. Como a pronúncia do inglês Neozelandês é mais rápida e fechada, muitos Brasileiros desacostumados com o idioma não entendem e acabam atrasando a fila para tentar entender a pergunta. Você pode encontrar todo o tipo de alimento, mas o mais famoso nestes espaços são os Cheeseburguers de cordeiro, acompanhados de chips e refrigerante. O preço do combo gira em torno de NZ$ 10,00.
Não deixe de provar alimentos preparados no método Hangi. Este antigo jeito de preparo Maori cozinha os alimentos sob a terra utilizando o vapor de pedras aquecidas, enterrando a comida em um forno/poço cavado no solo. Este método é usado em ocasiões especiais, celebrações e festas. Tradicionalmente é feito com carne de porco, carneiro e de frango, vegetais de raiz como Kumara (batata doce), abóbora, cenoura, batata, cebola e repolho. O Festival anual de Kawaii Kai, no dia 6 de fevereiro, celebra a autêntica comida e cultura maori. Omimiti Reserve, no coração desta cidade costeira, é transformada em uma praça de alimentação com uma seleção de comida maori da terra (kai whenua) e mar (kai moana), apresentando iguarias indígenas e o sempre popular hāngi.
IRLANDA
Como muitos países da Europa e Reino Unido, a batata é o principal carboidrato da cultura alimentar desta região, portanto esteja preparado para ver este tubérculo em muitos pratos de todas as refeições do seu dia como purê, assada, e até mesmo numa versão que conhecemos como escondidinho, só que com carne moída.
Ela também vai estar no Stew, que é uma espécie de guizado (picadão), adicionado de cenoura, cebola, alho, carne e cerveja. Também há o Boxty que é como uma panqueca de batata. E o coddle que também acompanha legumes e vegetais, mas a proteína da vez é a salsicha e o bacon. As salsichas, diferentes das conhecidas do Brasil, são produzidas com carne selecionada e sem corantes e todas as substâncias que fazem ela ser uma comida a ser evitada por aqui.
Como nem só de batatas viverão os irlandeses, estão incluídos nos hábitos alimentares deste pais a aveia, em forma de mingau, os chás, sanduiches (acompanhados obviamente de chips de batatas!), e o scone, que é um pãozinho mais seco acompanhado de geleias e manteiga. Um almoço em um restaurante bom e barato é numa média de €15.
CANADÁ
A cultura canadense foi formada por ingleses e franceses, portanto eles reúnem características desses dois países, logo comem pouco como os franceses e têm uma rotina de comer andando ou em frente ao computador durante o trabalho e os estudos. O café da manha durante a semana se resume em pegar um copo de café a caminho do trabalho numa das dezenas de cafeterias como Tim Hortons (mais popular) e Starbucks espalhadas em todos os cantos, acompanhado de algum bagel ou donut por uma média de C$6. Já aos finais de semana é comum o brunch com ovos, waffles, salsichas, bacon e MUITO xarope de Maple, a árvore típica e símbolo do país.
No almoço sopas, sanduiches e saladas fazem a vez, no que para nossa cultura é a principal refeição do dia. Também é comum levarem marmitas, por ser pratico e não necessitar aquecer, no caso de sanduiches e saladas. Comer em restaurantes com preços mais acessíveis tem uma média de C$15. Não se espante se for convidado a almoçar na cada de alguém e o prato principal for um grilled cheese (queijo quente)!
O jantar acontece cedo, comparado aos nossos hábitos, e é tido como a principal refeição do dia, logo é composta por churrascos e hamburgers.
As comidinhas típicas mais famosas são: Beaver Tail (massa de donut achatada como um rabo de castor frita e servida com açúcar e canela, banana, creme de avelã, etc), Poutine (batata frita, gravy e queijo), Mac n’ Cheese (macarrão com queijo) que é facilmente encontrada como forma de preparo rápido, principalmente para estudantes com dormitórios apertados e para beber Canada Dry, um refrigerante de gengibre bastante diferente que divide opiniões…
INGLATERRA
Sem dúvidas a batata e as rainha Elizabeth são as mais populares no Reino Unido e não se sabem quem veio primeiro! A batata vai acompanhar 9 de 10 dos quais você que vai visitar a Inglaterra verá. Entre os mais famosos estão o Bubble and Squeak, rodelas de batatas e vegetais geralmente das sobras do dia anterior, Bangers and Mash, que é basicamente purê de batatas com salsichões e ervilhas, e o Fish and Chips, tiras de peixe empanados em farinha e vinagre de malte e MUITA batatas fritas! Mas se você não aguentar mais batatas, pode optar pelo Cornish Pasty que é uma massa que lembra uma empanada ou um pastel, porém assado e recheada com carne. Você não pode morar na Inglaterra sem experimentar um Wellington Beef, este é o típico prato que vale a pena ser experimentado em todos os lugares que forem possível a você, pois ele tem variações para cada um que prepara, tipo aquele toque de família, sabe?
Já nas sobremesas a mais bonita, colorida e saborosa que você poderá experimentar é sem duvidas o Summer pudding, que é quase um petit gateau feito com pão italiano, frutas vermelhas e açúcar. Você que vai fazer intercâmbio para a Inglaterra irá comer bem e gastar em média £15-20. Outra dica legal é que os restaurantes de comidas de outros países são bastante autêntico, portanto você poderá viajar para quase todo o mundo através do paladar enquanto estiver por lá!
ÁFRICA DO SUL
Este pais do continente africano esta situado onde antiga rota marítima que ligava o oriente e o ocidente, portanto a cultura gastronômica recebeu muitas influências, além dos colonizadores. É comum o consumo de cotidiano são feijões, linguiças, bacon e cogumelos, além de frango, que pode ser encontrado em quase toda esquina e também em pizzas, wraps, hamburgers e de todas as formas possíveis (cozido, assado, frito, ensopado…). O arroz dos sul-africanos é o Pap, que é como um purê de polenta, feita de milho. As tortas (pies) são petiscos muito comuns como as coxinhas são para nós.
Os pratos mais tradicionais podem ser estranhos a quem não costuma comer muitos temperos e condimentos, e também chocar os que acham maluquice comer insetos fritos, por exemplo, mas também há muitas combinações e técnicas que revelam sabores jamais imaginados pela cultura ocidental que vivemos. Um deles é o Sosatie, que é uma espécie de kebab (que é basicamente o churrasco árabe, não confunda com a apresentação dele no formado de sanduiche, o nome vem do conteúdo, a carne) de cordeiro ou carneiro em cubos apimentadas e marinadas em cebola e suco de tamarindo, depois assadas em espetos. O Potjiecos é o contrario dos conhecidos mundialmente fast foods. A palavra em si significa algo como “pequena panela de comida” e é um ensopado de carne, vegetais, temperos e alguma bebida alcoólica (cerveja, xeres, vinho) comumente servido em festas, nas ruas seu preparo pode levar horas, enquanto as pessoas conversam entre si. Ainda nas carnes, o Bobotie é uma receita que leva carne amassada com uvas passas (pensou que era só no arroz de Reveillon?!), temperos, molho de pimenta assada sob uma mistura de ovos. Já a sobremesa mais típica por lá é o Koeksister, que parece um bolinho, mas consiste em uma massa trançada e frita que depois é mergulhada em xarope de açúcar frio. Há também a versão dos malaios do Cabo é feita no formato oval e depois de frita é imersa num xarope quente e depois polvilhada de coco ralado.
Gasta-se em média US$10 por refeição em bons e bem servidos restaurantes, comidas de rua têm preços a partir de US$2. Dá pra comer bem gastando né?!
ESTADOS UNIDOS
Essa tá fácil, vai?! Qualquer filme ou série americana que você já tenha visto mostra as principais comidas dos norte americanos, mas aqui você vai ter essa informação também!
As panquecas são o pão no café da manhã dos estadunidentes, porém diferente do que conhecemos deste prato, elas são grossas, fofinhas, em forma de discos e servidas com xarope de maple, geleias ou frutas. O brownie também é muito famoso por lá, consiste num bolo de chocolate bastante molhadinho e achatado. Falando em doces, as tortas são ícones do imaginário gastronômico deles, as mais famosas são as de maçã e abóbora (aquelas de Halloween). Nos carboidratos, feijões cozidos, o famoso macarrão com queijo Mac n’ Cheese, e o purê de batata fazem a vez nos pratos. Por fim, mas não menos importantes, as proteínas tipicamente consumidas são as carnes vermelhas tanto em churrascos, como as costelas com molho barbecue, ou até o Meatloaf, que nada mais é que um bolo de carne assado ou defumado e servido com molhos variados. Há também o famoso e antigo frango frito, empanado com uma espessa camada crocante e sequinha. Com US$5 dólares é possível experimentar muitas destes pratos mencionados, a concorrência de restaurantes de franquia ou não é bastante alta, e os hábitos alimentares dos Estados Unidos são muito baseados em redes de fast food e produtos industrializados, portanto se for passar um tempo por lá, cuide da sua alimentação e saúde, experimente tudo o que puder, mas tome cuidado para não fazer desses alimentos um hábito diário, certo?